
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
A Nova Cara do Sertão está no ar

A ADEL reúne um grupo desses jovens. E a campanha irá contar as histórias deles, apresentar suas motivações, suas idéias e seus projetos. Um dos principais objetivos do projeto A Nova Cara do Sertão é justamente dar visibilidade a referências reais e tangíveis de mobilidade social positiva e empreendedorismo, que possam inspirar outros jovens e mostrar a investidores sociais, empresas e governos que o Sertão brasileiro não apenas é viável, é uma terra de oportunidades.
Acesse a campanha e participe: http://www.adel.org.br
sábado, 22 de janeiro de 2011
Porque Assessorar Organizações de Base
Nos últimos anos muito tem se investido em organizações de base no Brasil. Não há dúvida que entidades endógenas, autogestionárias e que representam as comunidades e grupos sociais são fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico do país. Formam o tecido social que dá sustentação, força e capilaridade à democracia. Essas pequenas e médias organizações são produtoras de conhecimento, difusoras de saber e criadoras de tecnologias sociais que refletem a diversidade cultural brasileira.
Para o investidor social, há a certeza de que os recursos aplicados estão chegando diretamente às comunidades e famílias que são os reais alvos de seus apoios.
Tudo isso é verdade. Um grande indicador do processo de democratização das agendas, ações e políticas públicas no Brasil é justamente o desenvolvimento e a diversificação de sua sociedade civil. E o fortalecimento das organizações de base aponta para descentralização da gestão, do planejamento e da própria construção dos programas de atendimento às demandas locais. O desenvolvimento das organizações de base significa a participação das pessoas comuns nos processos decisórios em nível local. Cada vez mais, através de organizações legítimas e estruturadas, as pessoas falam por si no Brasil e atuam de modo propositivo, inovando, criando soluções para seus desafios e para potencializar as suas vocações e oportunidades.
No entanto, o desenvolvimento das organizações de base tem um teto. Normalmente, essas entidades têm uma forte atuação política, especialmente no campo da governança local. Estão integralmente voltadas para realizar suas atividades-fim, que justificam e dão vida para sua existência e para mobilização de seus integrantes. Pensam e executam projetos, ações pontuais e atividades que atendem às demandas de modo direto e eficiente. Mas, e a subsistência, manutenção e o desenvolvimento dessas instituições? Será que elas têm conhecimentos, ferramentas e competências de gestão estratégica e operacional, adequadas e necessárias para sua sustentabilidade?
Por muitos anos, outro segmento de organizações sociais sem fins lucrativos atuou dando suporte nessas áreas e fornecendo ferramentas de gestão, planejamento, comunicação e avaliação para essas entidades de base. Permitindo que essas entidades pudessem se dedicar às suas missões e aos seus projetos, enquanto técnicos e especialistas contribuíam para garantir seu fortalecimento institucional. Essas entidades elaboravam projetos de captação de recursos, assessoravam o planejamento participativo das comunidades e conduziam avaliações diagnósticas e de resultados das ações junto com os atores das bases. E capacitavam esses atores para tomarem melhores decisões e serem mais eficientes em seus trabalhos. Essas organizações de assessoria eram fundamentais para a sustentabilidade das organizações de base. Não as substituíam e sim as complementavam.
Hoje, essas organizações de assessoria ainda existem. Muitas fecharam as portas. Das que continuam funcionando, a grande maioria sobrevive com muitas dificuldades. Com o foco atual dos investidores sociais nas organizações de base, são muito escassos os recursos para esse segmento institucional. O enfraquecimento das instituições de assessoria representa uma ameaça para o desenvolvimento das bases sociais. Um limite claro para o crescimento de organizações pequenas e médias, que demandam apoio para que, em longo prazo, cresçam e sejam capazes de representam efetivamente o potencial de suas comunidades.
Os investidores sociais que buscam sustentabilidades e impactos sociais duradouros em suas ações precisam reconhecer essa cadeia produtiva no Terceiro Setor. Onde as bases sociais, organizadas, vêem seu trabalho facilitado e potencializado por uma gama de entidades especializadas em assessorá-las nas etapas do ciclo de gestão – das próprias organizações e também de suas operações (projetos). As entidades de base percebem com sucesso as demandas e os motivos de suas ações. No entanto, com apoio de especialistas, conseguem ter clareza em suas missões, objetivos de longo prazo e avaliam os conjuntos de oportunidades e ameaças que as cercam. Além disso, as organizações de assessoria são valiosas para garantir qualidade e agilidade na comunicação de atividades, diferenciais e resultados e transparência e eficiência na prestação de contas e no controle de resultados e investimentos.
Por fim, são as organizações de assessoria são instrumentos essenciais para sistematização das estratégias e metodologias desenvolvidas pelas organizações de base. Possuem um importante papel na produção e difusão de conhecimentos e tecnologias sociais. Função que dificilmente as entidades de base conseguem realizar por conta própria.
Os investidores sociais devem considerar que mesmo pequenas e médias empresas solicitam apoio de instituições como o SEBRAE e, sempre que possível, contratam consultores especializados em planejamento, gestão, comunicação e avaliação de outras empresas de consultoria famosas. Na iniciativa empresarial, vale a premissa de que as empresas devem se dedicar o máximo possível aos seus negócios (atividades-fim), contando com o apoio de outras empresas de diferentes segmentos (como consultoria em gestão), para garantir o máximo de eficiência. O mesmo pressuposto deve valer para as organizações do Terceiro Setor.
Novos modelos de apoio a organizações sociais precisam ser desenvolvidos, de modo que entidades de assessoria tenham acesso a recursos para dar o suporte necessário para o desenvolvimento de base no Brasil.
Foto: José Dias (CEPFS - Teixeira/Paraíba) e Gláucio Gomes em reunião na Rummos
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
CEPFS na etapa final do Prêmio ANU 2010

foto: Leo Caldas